Toda esta noite o rouxinol chorou,
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinol, alma da gente,
Tu és, talvez, alguém que se finou!
Tu és, talvez, um sonho que passou,
Que se fundiu na Dor, suavemente…
Talvez sejas a alma, a alma doente
D’alguém que quis amar e nunca amou!
A dor da alma é dor...
é dor de quem nunca amou,
e na solidão se firmou
Pensando como um doente
num choro deprimente, a dor da alma
é a dor de um coração sem amor.